quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Gerais



10) Não basta ser bom, tem que estar barato
O investidor deve fazer o dever de casa: analisar bem a alternativa escolhida, observar como é o histórico de resultados, quais são as margens e as perspectivas futuras. É importante visualizar ainda se o cenário que permitiu bons resultados vai permanecer. Todo este cuidado, no entanto, não basta se você encontrar uma empresa que já embute no preço toda a sua competência e anos a frente de bons resultados. O que impulsiona as cotações no longo prazo de uma companhia é a diferença entre as expectativas já precificadas e aquelas que de fato ocorrem. É neste campo que deve se concentrar a escolha dos melhores investimentos. Ou seja, encontrar uma boa companhia, com um bom preço, o que permitirá a colheita de bons lucros futuros, a medida que o mercado perceba o que você visualizou antes.

147385 - small caps -  05 Set 2012, 02:31
9) Não tenha medo do lucro
Um dos erros mais comuns dos investidores é se contentar com uma alta modesta quando sua escolha de ações é correta e permanecer com aquelas que estão caindo apenas para não “realizarem o prejuízo”, como se os preços por si só fossem suficientes para justificar as decisões de compra e de venda. Muitas vezes a retomada da alta das ações pode ser apenas o início de um longo período de subida que costuma ocorrer quando a cotação de empresas em que imperavam o pessimismo passa aos poucos a refletir um pouco de otimismo, e até mesmo o excesso dele. O lucro inicial decorrente da valorização acionária parece queimar as mãos de alguns investidores que sentem uma necessidade insaciável de logo se desfazer do ativo. São estes investidores também que tem uma enorme capacidade de manter algumas ações por longos períodos apenas porque elas se desvalorizaram. Os maiores vencedores no mercado acionário se concentram nos grandes acertos e sabem aproveitar bem as altas decorrentes das boas decisões. Eles não têm medo de lucrar o quanto for necessário.

147384 - small caps - 05 Set 2012, 02:30
8) Tenha a capacidade de fazer o contrário da massa.
O investimento em renda variável, para muitos, costuma ser bastante emocional e uma das formas que as pessoas encontram para enfrentar o grande mar de incertezas é se unindo e investindo em ativos conforme o consenso do mercado. É por isso que algumas empresas alcançam preços estratosféricos e outras chegam a preços parecidos com companhias que atingem o estado pré-falimentar. É neste momento que se deve ter coragem de ir contra a correnteza e selecionar os ativos desprezados ou então vender aqueles que estão na euforia de momento. Exemplos clássicos recentes: uma das empresas que mais rentabilizou recentemente foi a Cielo, depois de toda a tempestade que se formou após a abertura da concorrência, momento em que o pessimismo imperou com suas mais trágicas previsões; No lado contrário, basta pensar na febre que são alguns lançamentos de ações de companhias que saíram tão caras no lançamento que nunca mais atingiram estes preços.

147383 - small caps - 05 Set 2012, 02:30
7) Foque nas premissas corretas
Há muitas formas de se estabelecer o que seria o “preço justo” de um ativo. Existem cálculos com inúmeras variáveis que são realizados por investidores com grande conhecimento em ciências exatas. No entanto, não é a capacidade de realizar os cálculos complexos que determinam o sucesso de um investidor. Se assim fosse, uma legião de físicos quânticos estaria multimilionária e o grande trunfo do investidor seriam computadores de última geração. Mas, não é! O que determina os acertos no mercado acionário é a capacidade de estabelecer as premissas adequadas para os seus investimentos. Ou seja, saber definir quais são os mercados que vão se expandir mais do que a previsão dos demais agentes, bem como quais as companhias que saberão melhor tirar proveito da situação.

147382 - small caps -  05 Set 2012, 02:30
6) Excesso de confiança costuma ser prejudicial.
Alguns investidores acabam estudando uma companhia e passam a acreditar tanto numa tese, que perdem a capacidade crítica de perceber quando as coisas começam a dar errado, e afundam junto das suas decisões. Ninguém é infalível e montar um método para evitar que um erro possa lhe arruinar as finanças é essencial. Investidores que acreditaram em algumas empresas nos IPO’s, inclusive de companhias pré-operacionais, pagam atualmente caro por terem se concentrado em ativos com total ausência de histórico de resultados. O fato é que a maior parte dos projetos acaba se tornando mais caro do que o previsto e/ou com prazo de execução bem superior ao planejado, fazendo com que os retornos financeiros não se concretizem como estava no papel, que tudo aceita. 

5) Observe o que se passa na macroeconomia.

Em determinados momentos, empresas de um setor inteiro vão bem e, na sequência, passam a enfrentar sérios problemas. É bom que o investidor saiba que nem sempre isto se deve a uma questão interna de uma companhia, e sim faz parte de uma conjuntura mais ampla. A situação das siderúrgicas ilustra muito bem este fator. Quando a China importava aço do mundo inteiro, o preço do produto estava nas alturas e as margens eram muito relevantes. De repente, a capacidade produtiva do país asiático ficou maior que o seu próprio consumo e, de importadora, passou a inundar o mercado mundial com o aço. Os preços despencaram enquanto os custos de produção permaneciam se elevando, inclusive no Brasil. Quem percebe isto antes pode evitar a realização de investimento em ativos de companhias que deixaram de ser atrativos em virtude de um novo momento macroeconômico.

Assayd
Prof Paulo / ...
Pra eu entender esta adesão de algumas empresas ao parcelamento de suas dívidas neste programa (ja encerrado) do governo federal Refis Paes Paex...
Qual o impacto nos balanços das empresas? Qual o lançamento que se faz?
Sai de impostos a recolher...
Entra em resultados?
Exigível a longo prazo?
Um abraço
Ps: Excelentes seus comentários, e extremamente enriquecedores / resolvi perguntar.

23577 - 
paulo_prof - 11/Dez/2009 09:50
Há dois tipos de lançamento que se faz:
a) No Balanço Patrimonial
a partir do instante em que a empresa reconhece uma dívida (em impostos) tem que lançar como tal no passivo - tipo, vai aparecer uma linha, tanto no circulante quanto no não circulante, relativa ao Parcelamento;
b) Na Demonstração de Resultados
Não há como aparecer um passivo "novo" no Balanço Patrimonial, sem que tenha haviado a despesa correspondente; no caso, esta normalmente será lançada como outras receitas/despesas operacionais
Boa parte dos impostos federais que foram recentemente parcelados pelas empresas estavam sendo questionados administrativa ou judicialmente. Em conseqüência, dependendo das probabilidades de ganho de causa, as empresas efetuaram um maior ou menor (inclusive nulo) provisionamento. Este provisionamento aparece, também, no passivo.
Ao aderir ao parcelamento, a nova "dívida" é conhecida, perfeitamentre determinada. Se o provisionamento anterior (correspondente aos impostos parcelados) era maior do que a nova dívida, haverá "receita" no 4T09 (caso, por exemplo, da ELPL e outras). Caso contrário, haverá "despesa" no 4T09 (caso, por exemplo, da MGEL e outras). 

Investydor
Saudações a todos.
Estou começando a estudar análise fundamentalista (já opero no mercado há 3 anos basicamente com análise técnica) e fiquei com dúvidas quanto a forma de analisar uma empresa dado a quantidade de empresas no mercado.
Por exemplo estive analisando a Ferbasa. Os indicadores parecem bons a princípio e talvez até sejam mesmo, porém o lucro desse ano deverá ser significativamente menor que no ano passado o que irá afetar diretamente os dividendos (os 10% do ano passado não devem ser repetir considerando a cotação atual). A empresa ainda está trabalhando abaixo da sua capacidade produtiva, o que mostra que o mercado ainda não deu sinais de melhora concreta.
No auge do otimismo, com a receita crescendo rapidamente ela chegou a R$ 16,00 (como o mercado exagera na expectativa podemos achar que R$ 16,00 previa outros anos de bonança pela frente). Será que R$ 8,00 já não é um preço justo?
Gostaria de saber até que profundidade vocês analisam uma empresa. Eu trabalho e a bolsa é apenas um complemento, não tenho muito tempo para me dedicar a análises, e são muitas as ações na bovespa..........
Ahhh...estou lendo o livro do Small..bem interessante..parabéns ao Anderson!
Obrigado.

8116 - small caps - 02/Jul/2009 01:15
Investydor, obrigado!
Estes fatores que você colocou são bastante relevantes. É por isso que depois da análise dos indicadores fundamentalistas P/L, P/VPA, PSR, DY. etc... devemos observar no balanço o que afeta a lucratividade positiva ou negativamente.
E então, é acompanhar as notícias econômicas, que permitem antever o futuro dos resultados... No caso da FESA4, as cotações sofrem com a queda das commoditties que a empresa produz. No entanto, o mercado há de eternizar este momento e assim como no momento de otimismo, pode exager no pessimismo...

Quando o balanço evidenciar que se chegou "ao fundo do poço" e que os preços das commodities que produz voltarem a subir, certamente será possível comprar antes que o mercado perceba tais fatos... Mas, como se diz no mercado, não há "drivers" de curto prazo para valorização das ações... Pelo contrário, talvez até o mercado seja "surpreendido" com um resultado pior no 2o. trimestre... 

6444 - small caps - 01/Jun/2009 22:35
impossível saber o que será do amanhã e fazendo as faixas percentuais, deixa-se de fazer futurologia e apenas se aproveita as quedas para comprar boas ações, com bons fundamentos e as altas para vender aquelas que já esticaram demais.
Atualmente, empresas lucrativas abaixo do VPA nem me preocupo. Estão baratas. Empresas que pagam bons dividendos > 8% atualmente e tem nítida possibilidade de mantê-los, também encarteiro sem medo.
Há pouco postei quais são minhas maiores investidas. 

ACPOLIVEIRA
Paulo, em um post anterior onde me respondeste sobre HGTX3 usaste uma fórmula de P/L*P/VPA. Que valores tu usas nestes casos para achar uma ação barata? sem considerar outros fatores."
"Aproveitando gostaria de saber o que tu pensas sobre WEGE3, que parece estar reagindo um pouco nos últimos dias?"

paulorizzi-
"Qualquer indicador é melhor utilizado para comparar ativos semelhantes, preferencialmente num mesmo setor. Entre setores distintos podem haver diferenças fundamentais que impeçam que se faça uma comparação direta. Por exemplo, o ROE (rentabilidade sobre o patrimônio líquido) médio do setor bancário deve estar por volta de 20%, enquanto aquele do setor de distribuição de energia elétrica deve estar por volta de 30%. Em conseqüência, na média, não seria de estranhar se o P/VPA de empresas elétricas for maior do que o de bancos."

"O inverso do P/L fornece uma medida da rentabilidade do investimento. Por exemplo, um P/L anualizado de 8, significa que, no ano, um investimento no ativo renderia 12,5%. Se este rendimento vai todo para o bolso na forma de proventos ou parte dele é canalizado para aumentar o Patrimônio Líquido é apenas um detalhe. O fato é que, em princípio, se é para ter um rendimento menor do que 12,5% (e não necessariamente diretamente para o bolso), eu prefiro a segurança da renda fixa. Ativos com P/L acima de 8, então, são caros por princípio, independentemente do setor. No que tange o P/VPA, eu coloco um limite de 1,5. Aqui também, independentemente do setor, um ativo com V/VPA acima de 1,5 seria intrinsicamente caro."

"Para poder acomodar situações de ativos que ""violam"" um dos critérios mas que apresentam ""folga"" no outro, eu uso o produto e considero um ativo caro se (P/L)x(P/VPA); 12."

"Para eu comprar (ou manter em carteira) um ativo que viola o critério acima, tem que haver um muito bom motivo. Por outro lado, ativos com valores muito baixos de (P/L)x(P/VPA) só não compõem a minha carteira se também houver um muito bom motivo."

"Atualmente, em minha carteira, os extremos são:"

"INEP4 (0,74); ECPR4 (1,14); FESA4 (1,20) e SGAS4 (1,29)"

"LREN3 (45,21); MGEL4 (31,08) e TLPP3 (15,93)"

"LREN3 está em minha carteira mais como especuleta, como diz o Capa :-) De qualquer forma, é uma das empresas que mais cresce no seu setor e o seu status de quase ""blue chip"" faz com que tenha comportamento previsível em dias como hoje. Comprei a R$ 18,00 e vendi a R$ 19,00 (só não fiz o vídeo para propagandear ""um lindo day trade""). MGEL4 está como turnaround. O número é alto porque o resultado líquido de 2008 quase foi negativo. TLPP3 já está na carteira há tempos ... acho que está chegando a hora de ser ""rifada"" 

fabiopinto
Ok Sérgio, obrigado pela sua orientaçao. Entendi quanto a procura de bons DY, mas vc acha que esse aumento das últimas semanas do IBOV é real? ou seja é a hora de entrar ? ou vale a pena aguardar uma possivel queda após a realizaçao de lucro dos especuladores? Entro agora ? ou para quem já está e recebeu seu salario de inicio de mês, deveria comprar mais agora ? ou aguardar uma possivel melhora de preço ? vejamos ´por ex o caso do BICB4, PINE4 EXCELENTES dicas do SMALL, mas eu só soube da análise dele (infelizmente) agora, depois de terminar o livro. Vale a pena comprar agora? mesmo com os preços que já subiram muito, ou deverá cair um pouco ? o que voces acham ?"
Desde já agradeço..

3881 - 
Capa_Preta  - 09/Abr/2009 09:38.
"Fabio, não me entenda mal mas eu noto certa insegurança nas suas palavras. Por si so isso não é um problema mas aumenta o seu risco de fazer besteiras na bolsa."
Se você pensa em seguir uma estratégia fundamentalista tenha em mente 2 coisas.
"1 - Se ao preço X o papel apresenta bons indicadores/perspectivas e está abaixo do seu valor você pode começar a comprar e continuar até que ele chegue num valor X-1. Ou seja, se o ""valor"" é alto e o preço é baixo já dá pra COMEÇAR a entrar."
"2 - Investimentos dessa forma tem prazos mais longos (e indefinidos) logo os movimentos de curto prazo não devem ter grande impacto no resultado. Atenção, essa é mais ou menos a cartilha mas eu questiono esse ponto."
Só você pode decidir a hora de começar a comprar. Deve estar tranquilo e seguro para fazê-lo e melhor se não o fizer todo de uma vez... vá aos poucos como a galinha que enche o papo de grão em grão.

1805 - SEVZF - 20/Fev/2009 21:35
Por que uma empresa que apresenta lucro líquido num determinado balanço não aumenta o patrimônio líquido de forma correspondente?
"Pensei que isso tivesse uma relação direta, mas percebi que não ao analisar os resultados de algumas empresas. Teve casos que o patrimônio líquido, ao contrário, diminuiu."

72vittorio
Small, tudo bem?"
"Ao ler um trecho de seu livro sobre o PL me deparei com a seguinte dúvida: Vc diz que em cenários com baixas taxas de juros reais o PL custuma ser alto, ""pois os investidores passam a pagar mais ..."" (pag40), certo?"
"Me questiono da seguinte forma: se a taxa de juros é baixa, melhor para os investimentos da empresa e maior será seu lucro (maior fatutramento), certo?"
"Logo, penso que, nesta caso, o indicador teria a probabilidade de ser baixo, pois aumentariam-se as margens da empresa! Não caberia este pensamento tb? Pelo que entendi, o aumento no preço da ação supera o do lucro!"
"OK small, desde já grato sempre pela atenção ... abçs"

867 - 
small caps - 11/Jan/2009 19:47
"72vittorio, Quando a taxa de juros cai, significa que com um determinado montante de capital, menor remuneração você recebe por ele. No mercado, o que mais incentiva aos investidores fundamentalistas é quanto receberão a título de proventos no decorrer do tempo. Por isso é que há uma correlação entre a taxa de juros e o índice Preço/Lucro. Quando o Preço/Lucro é alto, significa que a empresa pode estar cara, embutindo em seus preços atuais um otimismo exarcebado. O contrário é válido também. Ou seja, quando o P/L é baixo, significa que a empresa pode estar barata, embutindo em seus preços atuais um pessimismo excessivo. É isto que o investidor deve analisar. Se há razão nestes cenários. Por exemplo, o setor bancário chegou a ficar com P/L abaixo de 2! Estavam com P/L acima de 15 durante a fase de euforia. Excesso para um lado antes e depois para o outro."
"Uma forma de estipular o P/L razoável é dividir 1 pela taxa de juros real (descontada a inflação). Assim, de o juros real é 8% (atualmente está um pouco abaixo disso), o P/L passa a ser atrativo se abaixo de 12 (aproximadamente). Mas é claro que há outros fatores a serem analisados, conforme consta no livro no estudo do indicador P/L e na melhor maneira de utilizá-lo." 

853 - opportunity2 - 10/Jan/2009 16:46
"Small estou lendo Valuation de Alexandre Póvoa como complemento ao seu livro, pois conhecimento nunca têm fim. rs"
"Ele cita na página 289, múltiplo baixo não é sinônimo de ação barata, da mesma forma que múltiplo alto não deve sugerir, necessariamente recomendação de venda."
"Outro fato interessante que ele fala é que não existem números mágicos como vimos por aí filtros que foram criados para peneirar pechinchas, cada empresa é um caso a ser estudado individualmente."
Também achei interessante a explicação na página 253 sobre mva (market value added)
"Mva significa valor de mercado adicionado, é simplesmente a diferença entre o valor de mercado das ações de uma empresa + valor de mercado da dívida em um tempo t - capital total investido"
"Na página 355 ele fala; podemos considerar o mva, considerando uma fotografia em certo momento do tempo, como um medidor de performance acumulada da companhia."
"Em outras palavras: firmas com relação P/VPA superior a 1 podem ser consideradas como agregadoras de valor na fotografia do tempo, enquanto na situação inversa P/VPA menor que 1 verifica-se a destruição de valor ao longo dos anos."
É isso aí.

eurico22
Oi, Small!"
"Minha pergunta é a seguinte: os indicadores de Sati3 e Dura4 realmente parecem estar ficando muito bons, mas o endividamento das duas não é baixo. Isso não preocupa?"
"É uma dúvida parecida que eu tenho em Rent3: parece uma ótima empresa com um ótimo futuro. Preço me parece muito bom na casa dos 5,xx(baixo), onde esteve recentemente, mas a empresa tem endividamento muito grande, parece que até vendeu uma frota recentemente para gerar caixa."
"Situação diferente da da FFTL4, que em torno de 9,00 me pareceu estar num preço muito bom, já que não possui individamente e o setor não deve se retrair muito, ao menos é o que comentam aqui no interior."
Abs!!

"Obs: pra quem ainda não adquiriu o livro do Anderson, não perca mais tempo. Não é nem um compra, é um investimento - dá pra colocar no Ativo Diferido da sua contabilidade pessoal... - )"

645 - smallcaps - 14/Dez/2008 22:00
"Eurico22, obrigado!"
"Sua pergunta é bastante pertinente. Quando as empresas tem dívidas, é interessante analisar a origem delas, o custo, o prazo de vencimento e a liquidez corrente da companhia, além da rentabilidade patrimonial."
"a) Se a dívida tiver sido realizada para novos investimentos e a empresa apresenta boa rentabilidade patrimonial, é válida. Indica que os lucros futuros poderão ser maiores e não que as dívidas são decorrentes de prejuízos acumulados;"
"b) Tem dívidas que podem ser consideradas ""boas"". São aquelas com juros subsidiados, como os oriundos de empréstimos do BNDES. Nas notas explicativas que acompanham os balanços, as empresas colocam como a dívida é composta e o prazo de vencimento. Dívida reajustadas pela TJLP e pela TR costumam ser as mais baratas;"
"c) o prazo de vencimento também é importante, juntamente com os recursos em caixa, pois indica eventual dificuldade de acessar o mercado de dívida num momento complicado como o atual. Não é o caso de ambas, que possuem folgada liquidez corrente, superior a 1. Ou seja, recursos em caixa mais recebíveis e estoque que vira $$$ em menos de um ano é superior às obrigações que vencem em menos de 1 ano."
"d) por fim, o melhor é considerar a dívida líquida, subtraída dos recursos de caixa para considerar o tamanho da mesma."

"Abraços," 

377 - smallcaps - 17/Nov/2008 00:51
"marsanto, grato pelas considerações."
"É regra da Contabilidade o Ativo Total ser igual ao Passivo Total. O passivo total é também integrado pelo patrimônio líquido. Ou seja, o dinheiro que os acionistas colocaram na empresa mais os lucros (ou prejuízos) acumulados e não distribuídos."
"Assim, o passivo a ser considerado na subtração do ativo circulante é resultado da soma do passivo circulante mais o passivo não circulante. Ou simplesmente, diminua do passivo total o patrimônio líquido, que é também conhecido como passivo não exigível, uma vez que não tem data de vencimento, pois é, como já dito, o capital que pertence aos sócios."
"Assim, passivo total - patrimônio líquido = passivo circulante + passivo não circulante."
Na fórmula para encontrar as ações que merecem uma análise por se traduzirem uma grande barganha temos:
ativo circulante - (passivo circulante + passivo não circulante)
"Caso este resultado seja superior ao valor de mercado, vc estará levando o ativo realizavel a longo prazo (o que a empresa transforma em $$$$ após 1 ano e vai para o caixa) e o imobilizado de graça. Ou seja, não pagaria nada pelo negócio, uma vez que o que pode ser transformado em capital ou o próprio dinheiro em caixa é superior ao valor da empresa."
"Prosseguindo na análise, é importante verificar como anda a rentabilidade empresarial, a perspectiva e os indcadores fundamentalistas. Estando tudo em ordem, esta-se de diante de uma grande oportunidade."

365  - smallcaps - 15/Nov/2008 14:33
"marsanto, este é um dos caminhos para iniciar a pesquisa, analisando as empresas em que o patrimônio líquido é superior ao valor de mercado atual. E isto deve ser analisado conforme cito no tópico P/VPA (capítulo 2) e a influência que o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) tem nesta atratividade também."
"Mas as grandes pechinchas a que Graham quis dizer são aquelas em que só se considera o ativo circulante. No ativo circulante não entram os ativos imobilizados como, por exemplo, instalações industriais, terrenos, edificações, etc... Ele é composto por dinheiro, aplicações financeiras e estoque que pode ser vendido ( e portanto transformado em $$$$) em até 1 ano. Deste total, são subtraídas todas as dívidas (com bancos, fornecedores, impostos, funcionários, etc...) da empresa, seja de curto ou de longo prazo. Achando empresas que valem menos do que isto, você estará levando de graça a sua atividade, as instalações industriais, terrenos, etc... Se junto disso, ainda for encontrado empresas que tem boa lucratividade, pagam bons dividendos, etc... é um bom caminho para o enriquecimento de forma racional, sistemática, bom risco baixo."
"Estas são difíceis de serem localizadas em mercado eufóricos, mas nas crises elas vão pintando uma a uma. Quanto maior o pessimismo vigente, maior será a qantidade de ações de empresas que estarão nesta situação. É por isso que, para pessoas com horizonte de longo prazo, as crises são essenciais e bem vindas. São atalhos para a compra de pechinchas que garantirão lucros altos no futuro. Tudo deve ser feito com método e sabedoria, aproveitando cada momento da insanidade de um mercado emocional."
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