O indicador P/VP deve ser analisado com cuidado. Nem sempre um P/VP elevado significa que determinados papéis estão caros. No fim do dia, o que importa é o caixa que a empresa gera, lucro, margens, etc. Se você pegar um light asset (não intensivo em capital) com baixa necessidade de capex para que geração de bons lucros e manutenção de plenas condições de operação e crescimento, é natural que o mercado pague mais pelo patrimônio da empresa, pois o intangível tem um grande peso na geração de caixa e lucros aos acionistas. Se formos limar do cardápio todo e qualquer papel com P/VP elevado, acabaremos perderemos boas oportunidades no setor de seguros, fidelização, tecnologia e afins.
Pensando direitinho, talvez o P - VPA seja em valores reais. Vendo papéis como ELET ou RSID3 (com P/VPA menores que 1) parece que o mercado espera que a empresa ou perca Patrimônio Líquido (RSID3) ou perca para a inflação (ELET).
Citação: paulo_prof
O problema do ROE é que em si, nada garante, pois há diversos "tipos" de ROE que praticamente não guardam relação entre si.
O P/VPA também diz relativamente pouca coisa ... um alto P/VPA, normalmente associado a um alto ROE, para mim diz que uma eventual liquidação da empresa resultará num prejuízo maior do que aquele numa empresa cujo P/VPA é menor, mas muito pouco além disto ...
O que me interessaria, não é o ROE em si. Interessante seria conhecer quanto um ∆PatLiq pode ser transformado em ∆L nos 2 casos: quando ∆PatLiq é gerado por um aumento do capital próprio e quando ∆PatLiq é gerado por um aumento de capital de terceiros.
Olha tudo bem que o ROE sólo é uma informação pobre. Mas a comparação do ROE com o ROIC me diz o quão alavancada é a empresa. Vc falou de LAME4, veja a diferença entre ROIC e ROE. Agora veja na EZTC como isso acontece. Esse é o jeito mais preguiçoso de ver o quão alavancada (dívida líquida) é uma empresa. Sólo, prefiro o ROIC ao ROE.
Sobre o P/VPA, eu estava vendo os backyardigans ontem com a Filipa, quando a história me fez refletir sobre o fluxo de caixa descontado. Vc força o comportamento crescente dos lucros para ver se estes são condizentes com 30% a mais do preço atual. Sempre achei esse valor arbitrário, mas bastante prático.
Busquei tentar relacionar, em vez de 1,3 x P, de alguma forma o VPA. E não é que consegui?!
Veja, parece que o mercado imbute a expectativa de lucros no P/VPA. Na verdade não no P/VPA mais sim no P - VPA. Desta forma, a equação seria:
P - VPA = Lucros líquidos trazidos a valor presente.
Existe um detalhe. E os proventos? Eles já estariam dentro do P - VPA, pois são descontados do valor do papel.
Como o P - VPA pode por vezes ser bem maior que o 1,3 x P e desconhece o tempo, acho que deves usar valores nominais de contorno. Sim, vais ter que usar uma taxa de perpetuidade diferente de zero. Crescimento de lucros e taxa de desconto em valores nominais.
Mas diferentemente de como vc distingue dividendeiras de crescimenteiras (na taxa de desconto), vc poderia "travar" a perpetuidade como fração de P - VPA. Por exemplo, para dividendeiras (pay-out acima de 50%, digamos) os lucros líquidos trazidos a valor presente perpétuos podem representar 75% do P - VPA. Para crescimenteiras, 25%, digamos.
Ou simplesmente o uso de valores 2-3%aa tbm.
Usando valores nominais, seria mais fácil a comparação de crescimento histórico (UA1, UA3 e UA5 que são nominais) com o crescimento de lucros que "P - VPA = Lucros líquidos trazidos a valor presente" cuspiria.
Quanto ao fim de sua mensagem:
"O que me interessaria, não é o ROE em si. Interessante seria conhecer quanto um ∆PatLiq pode ser transformado em ∆L nos 2 casos: quando ∆PatLiq é gerado por um aumento do capital próprio e quando ∆PatLiq é gerado por um aumento de capital de terceiros."
A única coisa mais próxima que conheço se chama Fluxo de Fundos. Nele, através do antigo DOAR, dá pra entender certinho como o Caixa Circulante Líquido é formado (%Investimento, %Financiamento) e para onde ele foi (%Investimento, %Financiamento, %Caixa) num exercício. Se quiser falo mais sobre ele.