segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Ações - Indicadores de Análise Fundamentalista - ROE


c4m1lo
Prof. Paulo, bom dia! Vendo esse post, eu me lembro das muitas análises que ficava e ainda fico aguardando o Sr. postar. Um dos indicadores que sempre vi que devemos olhar é o p/vp e, não raro, vejo o Sr. analisar o balanço e, mesmo a empresa sendo negociada algumas vezes acima do valor patrimonial, continua muito barata. Quais indicadores devo observar para não cair em armadilhas? Algumas empresas fica muito claro que mesmo negociando muito abaixo do valor patrimonial, os demais indicadores são muito ruins e,por isso, são penalizadas, mas outras não, então fica a dúvida se estaríamos pagando caro ou não. Muitíssimo grata, desde sempre!

(19/09/2022) - paulo_prof

paulo_prof
O problema do ROE é que em si, nada garante, pois há diversos "tipos" de ROE que praticamente não guardam relação entre si.



O P/VPA também diz relativamente pouca coisa ... um alto P/VPA, normalmente associado a um alto ROE, para mim diz que uma eventual liquidação da empresa resultará num prejuízo maior do que aquele numa empresa cujo P/VPA é menor, mas muito pouco além disto ...



O que me interessaria, não é o ROE em si. Interessante seria conhecer quanto um ∆PatLiq pode ser transformado em ∆L nos 2 casos: quando ∆PatLiq é gerado por um aumento do capital próprio e quando ∆PatLiq é gerado por um aumento de capital de terceiros.



Olha tudo bem que o ROE sólo é uma informação pobre. Mas a comparação do ROE com o ROIC me diz o quão alavancada é a empresa. Vc falou de LAME4, veja a diferença entre ROIC e ROE. Agora veja na EZTC como isso acontece. Esse é o jeito mais preguiçoso de ver o quão alavancada (dívida líquida) é uma empresa. Sólo, prefiro o ROIC ao ROE.



Sobre o P/VPA, eu estava vendo os backyardigans ontem com a Filipa, quando a história me fez refletir sobre o fluxo de caixa descontado. Vc força o comportamento crescente dos lucros para ver se estes são condizentes com 30% a mais do preço atual. Sempre achei esse valor arbitrário, mas bastante prático.



Busquei tentar relacionar, em vez de 1,3 x P, de alguma forma o VPA. E não é que consegui?!

Veja, parece que o mercado imbute a expectativa de lucros no P/VPA. Na verdade não no P/VPA mais sim no P - VPA. Desta forma, a equação seria:



P - VPA = Lucros líquidos trazidos a valor presente.



Existe um detalhe. E os proventos? Eles já estariam dentro do P - VPA, pois são descontados do valor do papel.



Como o P - VPA pode por vezes ser bem maior que o 1,3 x P e desconhece o tempo, acho que deves usar valores nominais de contorno. Sim, vais ter que usar uma taxa de perpetuidade diferente de zero. Crescimento de lucros e taxa de desconto em valores nominais.



Mas diferentemente de como vc distingue dividendeiras de crescimenteiras (na taxa de desconto), vc poderia "travar" a perpetuidade como fração de P - VPA. Por exemplo, para dividendeiras (pay-out acima de 50%, digamos) os lucros líquidos trazidos a valor presente perpétuos podem representar 75% do P - VPA. Para crescimenteiras, 25%, digamos.



Ou simplesmente o uso de valores 2-3%aa tbm.



Usando valores nominais, seria mais fácil a comparação de crescimento histórico (UA1, UA3 e UA5 que são nominais) com o crescimento de lucros que "P - VPA = Lucros líquidos trazidos a valor presente" cuspiria.

(01/10/2012) - uqaz

2) Observe o ROE.
O retorno sobre o patrimônio líquido é um excelente indicador de eficiência de uma companhia. Para calculá-lo, basta dividir o lucro líquido do período de 12 meses pelo patrimônio líquido. Empresas com alto retorno são as melhores. Aquelas que conseguem uma rentabilidade inferior ao da taxa SELIC devem ser evitadas, salvo se o preço é irrisório ou se há evidências de que o momento ruim da empresa ficará no passado. Toda vez que uma companhia retém lucro e tem um retorno patrimonial abaixo das taxas de menor risco no mercado, o investidor estará perdendo dinheiro, pois se aquele resultado fosse distribuído, ele mesmo conseguiria um retorno melhor numa simples aplicação financeira.

(05/09/2012) - small caps

300 - ldsandrade - 09/Nov/2008 21:55
"Small, vc ressaltou da importância do ROE das empresas. Vou complementar algumas idéias com base no livro ""gerando valor para o acionista"" (vou simplificar e exemplificar quando possível):"

"O ROE depende do que a empresa considera ativo. Chega, às vezes ser subjetivo. A MAGG considera que 80% do VP é ativo intangivel (numa empresa de produtos de base?)."

o livro também comenta que o lucro contábil também não é confiável. Depois de ver o último balanço da Vale com 2 bi em equivalencia patrimonial... isso não gera dinheiro em caixa... o Investidor inteligente também concorda e por isso utiliza de médias de 3 anos para nivelar alguns benefícios fiscais devido a prejuizos passados...

juntando lucro e VP para gera um indicador não tão confiável.

Outra coisa:

"""O ROE é particulamente sensível à alavancagem. Pressupondo que os recursos provenientes do financiamento com capital de terceiro possa ser investidos a uma taxa de retorno maior do que a taxa de empréstimos, o ROE aumentará à medida que mais exigível que o ótimo seja utilizado, e o valor da empresa decrescerá devido ao aumento no risco financeiro. """

"""anteriormente à metade da década de 90, poucas empresas atingiam ROE de 20%. A partir de 1994, o S&P 400 tinha ROE MÉDIO que excedia 20%"""

"""A boa nova é parte do aumento no ROE surgiu de melhorias genuínas nas operações devido a melhores margens e maior giro. o restante do aumento foi gerado pela alavancagem"""

"""enquanto os números baseados na cotabilidade não são indicadores confiáveis do valor para o acionista, isso não deve ser visto como uma falha da contabilidade. em última análise, o problema é o uso inapropriado e não intencional de números contábeis históricos por gestores e investidores para avaliação baseada em expectativas"""

(O livro foca mais na avaliação do fluxo de caixa NO LONGO PRAZO CONSIDERANDO O CUSTO DE CAPITAL e não de lucro contábil)

"Os comentários do cap. 3 do seu livro sobre o ROE são relevantes , mas não foram 100% avaliados em todo seu contexto."

301- 09/Nov/2008  - small caps

"ldsandrade, você está correto nos comentários sobre o ROE. É por isso que ele deve ser bem avaliado com a relação P/VPA como destaco no tópico sobre o assunto. Nenhum indicador deve ser analisado isoladamente. Tudo faz parte de um conjunto que deve ser sopesado em busca das melhores alternativas. Nenhum indicador ficará eternamente e isoladamente melhor que a média sem outros fatores acessórios que devem ser avaliados. Por exemplo, se o lucro for apenas ""contábil"" de algumas empresas e ela não pagar nunca dividendos ou ao menos demonstrar o reinvestimentos dos lucros, é fatal que pode haver algo errado no balanço. Nenhuma mentira dura para sempre."

"Mas não dá para generalizar e acreditar que tudo é manipulado. Pelo contrário, o conjunto dos fatores a serem observados evita muitas decisões equivocadas e a estratégia de montagem da carteira de ações do capítulo 5 minimiza eventuais decisões com base em fatos incorretos." 

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