sexta-feira, 9 de junho de 2017

Ações - Indicadores de Análise Fundamentalista - Value Investing




339171 - NumBroker - 09 Jun 2017, 00:03
O que dirá Warren Buffet? Goldman Sachs mostra a morte do "value investing" em um gráfico
Segundo o banco, aderir a esse técnica resultou em uma perda acumulada de 15% na última década, enquanto o S&P 500 quase dobrou de valor no mesmo período

POR PAULA BARRA 08 JUN, 2017 18H22
SÃO PAULO - Não há muito valor no "value investing" nos dias atuais. A estratégia de comprar ações com valuations baratos e vendê-las quando estiverem caras, pioneira por Eugene Fama e Kenneth French e defendida por ninguém menos do que Warren Buffett, não funciona mais, diz o Goldman Sachs em relatório divulgado pela Bloomberg.
Segundo o banco, aderir a esse técnica resultou em uma perda acumulada de 15% na última década. Enquanto isso, o S&P 500 - um dos principais índices de ações dos Estados Unidos - quase dobrou de tamanho no mesmo período.

O banco ilustra esse cenário com o desempenho de longo prazo de um índice baseado no fator "HML", de Fama e French (que é formado pela diferença entre as ações 'de valor' contra as 'de crescimento').

Veja o gráfico abaixo:

Apesar dos "tempos difíceis", o Goldman Sachs diz que ainda é muito cedo para desistir da estratégia. "O cenário de fundamento para os retornos "de valor" tem sido especialmente hostil nos últimos anos, mas é improvável que essas condições persistam (e já estão sendo moderadas)", alerta a equipe da Goldman Sachs liderada pelo estrategista de ações Ben Snider. "No entanto, a maturidade do ciclo econômico atual sugere que os retornos 'de valor' permanecerão enfraquecidos no curto prazo".

Segundo o banco, a maior parte da fraqueza recente pode ser atribuída ao crescimento excepcionalmente lento e a duração prolongada do ciclo econômico atual. As características específicas do mercado de ações antes da última crise também foram importantes, disse a equipe do Goldman.

Para eles, o investimento "de valor" deve continuar a funcionar no longo prazo, mas estimativas mais generalizadas e a adoção de fundos passivos e as estratégias de beta inteligentes implicam retorno "será mais difícil de capturar no futuro".

As ações de valor tendem a ter "outperform" (desempenho acima da média) quando a expansão é ampla e relativamente robusta - geralmente no início de um ciclo econômico, argumenta Goldman Sachs, e a ter underperform (desempenho abaixo da média) quando o cenário econômico é fraco e o crescimento escasso. Para a equipe do banco, o chamado "novo normal de crescimento mais lento" aumentou o apetite dos investidores por ações "de crescimento" como o quarteto FANG (Facebook, Amazon, Netflix e Google).

"O surgimento das tese de 'estagnação secular' e [de economia] 'mais fraca por mais tempo' inspirou os investidores a atribuir prêmios especialmente grandes às ações capazes de gerar seu próprio crescimento, provocando uma disparada das ações 'de rápido crescimento' em detrimento das 'de valor'", escreveram os estrategistas do banco.

Eles comentam ainda que o pico de crescimento e expectativas de inflação no começo de 2017 também marcaram o fim da "outperformance" no "value factor", que desapareceu novamente. "O catalisador mais provável para um longo período de 'outperformance' das ações 'de valor' é uma aceleração da atividade econômica, como resultado de estímulos fiscais ou ganhos de produtividade no curto prazo ou simplesmente no início do próximo ciclo econômico", comentam.

"Entre as possíveis explicações para o efeito do valor histórico, um dos principais temas é a tendência dos seres humanos de superestimar os perfis de crescimento e outros atributos de ações", escreveram. "Mesmo com o crescimento de ativos dedicados a estratégias quantitativas e passivas, a presença de humanos com diferentes processos de investimento, tolerâncias de risco, metas de retorno e tendências psicológicas sugere que algum grau de efeito de valor persistirá".

Isso, comentam, traz à mente a pérola de sabedoria do investidor bilionário e conselheiro de Donald Trump, Carl Icahn, em sua descrição em seu perfil no Twitter: "Algumas pessoas ficam ricas ao estudar inteligência artificial. Eu ganho dinheiro estudando estupidez natural".

Fonte: http://www.infomoney.com.br/mercados/acoes-e-indices/noticia/6627130/que-dira-warren-buffet-goldman-sachs-mostra-morte-value-investing

Muito interessante o tema. Empiricamente, tendo a concordar, talvez não com a morte, mas com uma grande redução na eficiência ou aplicabilidade do método.

Os grandes "mestres" atuais do "value investing", como Warren buffet e Luiz Barsi, construíram sua fortuna numa época em que o mundo girava bem mais devagar.

Estamos vivendo uma revolução tecnológica ainda em aceleração. O impacto no comportamento humano de uma nova descoberta , décadas atrás, era muito mais lento. Atualmente, o avanço acelerado de novas tecnologias aliado à propagação acelerada da informação promovem transformações na vida e no comportamento humano de maneira muito mais rápida e menos previsível que algumas décadas atrás.

As maiores empresas do mundo na década de 70 eram centenárias, ou quase, em sua maioria. Hoje temos muitas empresas bilionárias com menos de 10 anos de vida, ao passo que gigantes como Kodak, Xerox, IBM, etc., ficaram pelo caminho, vítimas dessa transformação acelerada.

Atualmente talvez, as maiores rentabilidades vem de fundos de private equity, onde este método não se aplica porque a essência do sucesso vem da inovação e não da perpetuação.

Após 2008 as análises e interpretação de balanços perdeu espaço. Pudera, com essa montanha de dinheiro impresso girando pra lá e pra cá, a atenção às minúcias (o que gostamos de atentar neste fórum) foi às favas. O que parece importar hoje, como o texto coloca, é o crescimento de lucro aliado à liquidez do papel... Interessante que Small e os foristas daqui somos meio avessos a isso, gostávamos de discutir aspectos, cenários e possibilidades, enfim encontrar pelo em ovo... Isto não parece ser mais economicamente viável (não vale mais o tempo gasto). 
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