Na minha opinião, o P/L e a taxa de crescimento médio do lucro têm que ser analizados juntos ... um P/L alto só se justifica se a taxa de crescimento do lucro for compatível.
Ocorre que há empresas/setores nos quais a legislação brasileira permite deduzir como despesa a depreciação de ativos. Esta despesa não gera efeito caixa. Em tese, uma empresa pode re-investir o equivalente a suas depesas de depreciação, tipo, substituindo imobilizado velho por imobilizado novo, mais eficiente. Quando uma empresa investe muito, olhar somente para o lucro pode levar a distorções. Por outro lado, entretanto, olhar só para o Ebitda também pode levar distorções, pois é do Ebitda que tem que sair a remuneração do capital de terceiros e remuneração do governo.
O que, no fundo, de uma forma ou outra fica para o acionista é o Ebitda + Resultado Financeiro - IR/CS
Mas este não é um indicador que está facilmente disponível nas DREs.
Na tentativa de obter indicadores simplificados é que surgiu o EV/Ebitda como alternativa ao P/L. Como no Ebitda está incluído o custo do capital de terceiros, o p essoal "inventou" o EV para "equilibrar" a razão, aumentando o valor de mercado da empresa com o seu endividamento líquido (aquele que gera a despesa financeira). Mas não arrumou um jeito de "compensar" as despesas com IR/CS, que mais uma vez pode gerar distorções (empresas com mesmo EV/Ebitda mas que pagam alíquotas distintas de IR/CS podem ter uma valuation completamente diferente).